Nota de repúdio
O Colegiado do Curso de Licenciatura em História, o Grupo de Estudos com Povos Indígenas (GEPI) e o Setor de Promoção da Igualdade Racial (SEPIR) da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira subscrevem a presente nota e tornam público o seu veemente repúdio aos atos de violência contra o povo Pitaguary e, em particular, ao atentado sofrido pela cacique Madalena Pitaguary no último dia 12, no município de Maracanaú, estado do Ceará.
O povo indígena enfrenta, há muito tempo, um processo de invasão e expropriação de suas terras. A luta pela regularização do seu território tradicional vem desde 1993 e resultou na identificação de apenas uma pequena parte de sua área total, com uma extensão de 1.735 ha, que além de ser insuficiente para sua população atual, vem sendo contestada pelas empresas do ramo da mineração. Tal opressão vem acompanhada por duros atos de covardia que vão desde coerções e agressões físicas a atentados contra suas lideranças.
Sem dúvida, as diferentes estratégias de violência encontram respaldo na falta de conclusão do procedimento de demarcação do território tradicional dos Pitaguary. O momento é, portanto, de grande insegurança para esses indígenas, mas é também de fortalecimento da luta pelos seus direitos e de combate aos crimes que se impõem de maneira atroz, no plano material e simbólico.
Não podemos admitir tais atos abjetos. Por isso, colocamo-nos em apoio ao povo Pitaguary e nos juntamos a todas as organizações que denunciam a violência sofrida pelos indígenas das aldeias de Santo Antônio, Horto, Olho D’Água e Monguba.